Joelma Silva, esposa de Jucemberg Silva Aguiar, que faleceu em um acidente de trânsito na Ponte da Primavera, em Teresina, manifestou sua indignação em relação ao caso. Em declarações emocionadas, ela apontou falhas no tratamento dado à motorista Mariana Monteiro Bevilaqua, que foi indiciada por homicídio com dolo eventual, mas não foi presa em flagrante.
Joelma destacou inconsistências no processo e questionou a conduta de Mariana após o acidente. Segundo ela, a motorista se recusou a realizar o teste do bafômetro tanto no local do acidente quanto na delegacia, sendo submetida apenas a um exame clínico no Instituto Médico Legal (IML), que descartou a embriaguez.
Outro ponto levantado por Joelma foi a falta de comprovação de que Mariana teria acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). "Ela mostrou um print dizendo que chamou o SAMU, mas não há registro dessa ligação. A única ligação registrada foi feita por um casal que prestou socorro ao meu marido", afirmou Joelma, referindo-se ao depoimento do delegado responsável.
Segundo Joelma, a falta de ligação direta entre Mariana e o SAMU foi um dos motivos que levantaram dúvidas sobre a conduta da motorista no momento do acidente.
Joelma também expressou sua frustração com o fato de Mariana não ter sido autuada em flagrante. Para ela, o tratamento dado à motorista foi influenciado pelo fato de ela ser filha de um servidor da Polícia Federal e namorada de um policial militar. "Se fosse ao contrário, se fosse meu marido, ele estaria preso. Mas ela está solta, viajando e vivendo normalmente", desabafou Joelma.
A esposa da vítima ainda relatou que Mariana foi levada ao hospital após o acidente, mas, segundo informações que obteve, os ferimentos relatados foram mínimos, como uma lesão no braço. "Ela foi protegida pela família, que a enviou para fora de Teresina por causa do 'estresse'. E o meu estresse? E os meus filhos?", questionou Joelma, emocionada.
Joelma reforçou o desejo de que a justiça seja feita, ressaltando a gravidade da conduta de Mariana ao realizar uma ultrapassagem na contramão sobre a ponte, desrespeitando o sinal vermelho. "Ela assumiu o risco de matar e tirou a vida do meu marido, um pai de família. Eu quero justiça, porque o que aconteceu foi um crime", afirmou.