Um advogado foi preso em flagrante nesta sexta-feira (22) em Teresina, Piauí, enquanto transportava cerca de 100 quilos de entorpecentes. A abordagem foi realizada por equipes do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em uma ação integrada com a Secretaria de Segurança Pública e outras inteligências policiais. A operação faz parte da "Renocrim", uma iniciativa nacional coordenada pelo Ministério da Justiça para combater organizações criminosas em todo o país.
O delegado Charles Pessoa, coordenador do Draco, detalhou a ação, destacando que o advogado, identificado como Michel Alef Carvalho Amorim, estava sendo monitorado há algum tempo devido à sua relação com o crime organizado. Segundo o delegado, o suspeito atuava como uma espécie de intermediário entre membros de facções, transportando mensagens e drogas.
“A prisão de hoje é resultado de um trabalho contínuo e integrado da Polícia Civil, com monitoramento de domingo a domingo, dia e noite. Infelizmente, esse profissional, que não representa a categoria, vinha servindo às facções criminosas, tanto no transporte de entorpecentes como na comunicação entre membros dessas organizações”, explicou Charles Pessoa.
A abordagem ocorreu na região do Novo Horizonte, na zona sudeste de Teresina, após um dia inteiro de monitoramento. O advogado dirigia o veículo onde os 100 quilos de entorpecentes estavam escondidos. Segundo a Polícia, a droga seria destinada à distribuição em Teresina, com foco no consumo por jovens.
Durante a prisão, o advogado confirmou estar transportando a droga, mas alegou que não poderia revelar o destino ou os destinatários do material por temer pela própria vida.
“Uma coisa é certa: a droga pertence a uma facção criminosa que está sendo combatida diariamente pelas forças de segurança do estado. Conseguimos nos antecipar e evitar que esse entorpecente fosse distribuído”, afirmou o delegado.
A prisão de um advogado envolvido em atividades ilícitas gerou repercussão na categoria. Apesar disso, o delegado Charles Pessoa reforçou que esse caso isolado não reflete a atuação dos profissionais de advocacia como um todo.
“Lamentamos que um profissional, cuja função é zelar pelos direitos e garantias fundamentais, estivesse servindo ao crime organizado. Mas reiteramos que ele não representa a categoria”, declarou.