Cerca de 50 ex-funcionários da empresa Tec Moon, contratada para prestar serviços na subestação da Chesf, no município de São João, têm realizado manifestações para reivindicar direitos trabalhistas não pagos. Os protestos, que já somam mais de quatro atos, ganharam força após meses de tentativas frustradas de diálogo com a empresa.
Os trabalhadores denunciam atrasos no pagamento de rescisões, ausência de depósitos do FGTS e dificuldades em acessar documentos como guias de seguro-desemprego. Além disso, a empresa teria desmobilizado operações na região sem dar respostas concretas.
Conforme relatos, muitos ex-funcionários esperavam receber valores de acertos trabalhistas que chegam a R$ 8 mil por pessoa. No entanto, mesmo após o prazo legal de 10 dias para o pagamento, nenhum valor foi depositado. Além disso, documentos essenciais, como as guias para seguro-desemprego, ainda não foram entregues.
“Estamos há meses sem respostas. Eles enviaram papeis de rescisão sem nenhum depósito na conta. O FGTS não foi pago corretamente e, ao consultar a Caixa, descobrimos que nada havia sido depositado em um ano ou mais de trabalho”, afirmou um dos manifestantes.
Os protestos ganharam maior intensidade nesta semana, com os trabalhadores bloqueando a entrada da subestação da Chesf. Caminhões e outros veículos ficaram impedidos de entrar ou sair do local.
Os manifestantes destacam o sentimento de revolta diante do descaso da empresa. "É um desrespeito com pais de família e trabalhadores que colocaram suas vidas em risco para cumprir suas funções. Não queríamos estar aqui protestando, mas sim trabalhando ou procurando emprego", desabafou um ex-funcionário.
Outro ponto mencionado foi o comportamento do engenheiro representante da Tec Moon, que teria chegado ao local visivelmente alterado e sem disposição para dialogar. “Não é uma questão pessoal contra a Chesf, mas sim com a Tec Moon, que simplesmente ignorou suas obrigações”, explicou outro trabalhador.
A Chesf, contratante dos serviços da Tec Moon, afirmou em nota que não compactua com as práticas da empresa e que está buscando meios para resolver a situação. A companhia informou ainda que os bloqueios na entrada da subestação impactaram as operações, mas que tem tratado o caso com cautela para evitar mais conflitos.