O partido União Brasil, presidido em Teresina por Silvio Mendes, está sendo acusado de fraudar a cota de gênero nas eleições municipais de 2024. Uma denúncia apresentada à Justiça Eleitoral aponta que duas candidatas do partido teriam sido usadas como “candidaturas laranja”, registradas apenas para cumprir a exigência legal de 30% de candidaturas femininas, sem intenção real de disputar o pleito.
De acordo com a denúncia, apresentada por Gustavo Henrique e seu advogado Pedro Victor Miranda de Oliveira, as candidaturas de Rosângela dos Anjos Batista, conhecida como Rosa, e Pepita Fernandes da Silva foram criadas apenas para atender a legislação eleitoral. Ambas são acusadas de não realizarem campanhas efetivas, mesmo declarando gastos expressivos.
O caso chama atenção porque, apesar dos valores declarados para a campanha, as duas candidatas tiveram votações irrisórias: Rosa recebeu apenas 8 votos, e Pepita, 11.
A candidata Rosa declarou gastos de R$ 32.984,80, dos quais R$ 26.557,00 seriam para a produção de conteúdo para redes sociais. No entanto, suas páginas no Instagram e Facebook não mostram publicações de campanha relevantes. O número de votos obtidos não condiz com o investimento informado.
Além disso, a denúncia aponta que as notas fiscais dos serviços contratados não foram anexadas ao sistema de prestação de contas eleitoral, levantando ainda mais suspeitas sobre a veracidade dos gastos.
No caso de Pepita Fernandes, a situação é ainda mais alarmante. Ela não declarou despesas significativas e não realizou qualquer campanha visível em suas redes sociais. Apesar de estar registrada como candidata, sua movimentação foi inexistente, e ela obteve apenas 11 votos, reforçando a suspeita de candidatura fictícia.
“Candidatura laranja” é um termo usado para descrever candidatos registrados apenas para cumprir formalidades legais, sem intenção real de participar da eleição. No caso das cotas de gênero, essa prática prejudica mulheres que querem disputar de verdade, além de distorcer o processo democrático.