A Alpine fez barulho ao anunciar Franco Colapinto como seu mais novo piloto reservado para a temporada 2025 da Fórmula 1. O argentino se junta a Ryo Hirakawa e Paul Aron no banco, enquanto Pierre Gasly e Jack Doohan assumem os cockpits titulares. No papel, é um plano promissor, com um elenco jovem e diversificado. Mas na prática, será que isso funciona? Ou estamos assistindo a mais uma tentativa desesperada de uma equipe do meio do grid em busca de relevância?
Primeiro, vamos falar de Colapinto. Substituir Logan Sargeant em 2024 foi um ato de coragem — e ele não fez feio. Cinco pontos em nove corridas para um novato são dignos de aplausos, mas não são revolucionários. Não estamos falando de características como Lewis Hamilton ou Max Verstappen em seus primeiros anos. Ainda assim, Flavio Briatore não poupou elogios, destacando Colapinto como “um dos melhores jovens talentos do automobilismo”. Será? Ou será que a Alpine está apenas apostando no hype de um piloto com potencial, mas ainda muito a provar?
A grande questão aqui é a estratégia da Alpine. Em um esporte onde o talento do piloto é apenas metade da missão — a outra metade é o carro —, montar um elenco jovem e inexperiente parece mais um risco do que uma jogada de mestre. Sim, Pierre Gasly tem experiência, mas ele está longe de ser o piloto que vai liderar uma equipe rumo ao título. Jack Doohan, por sua vez, é um título incógnito. E as três reservas? Por mais promessas que sejam, é difícil imaginar que Hirakawa, Aron ou Colapinto estejam prontos para algo além de sessões de simulador e testes ocasionais.
A Alpine parece querer todo o mundo: fãs, investidores e, claro, o próprio ego. Ter cinco pilotos no quadro pode parecer visão de futuro, mas também é como indecisão. Quem será o foco? Qual é o plano de longo prazo? O que acontece se Gasly ou Doohan não entregarem? É gente muita para pouca vaga e, nesse ambiente, as frustrações podem crescer rapidamente.
Por outro lado, não dá para negar que uma equipe está tentando algo diferente. Em uma Fórmula 1 cada vez mais previsível, qualquer movimento que traga frescor ao grid é bem-vinda. Mas a verdade é que um Alpino precisa mais do que jovens promessas. Precisa de resultados. E para isso, não basta contratar talentos — é preciso entregar um carro competitivo, algo que a equipe ainda luta para fazer.
No final, a Alpine está em uma encruzilhada. Se esse elenco jovem e diversificado funcionar, a equipe pode se posicionar como uma força emergente no grid. Mas se falhar, será mais uma história de uma equipe presa na mediocridade. Para Colapinto, Hirakawa e Aron, a oportunidade está aí. Para a Alpine, o tempo está correndo.