A política brasileira vive um momento de transformação. Nos últimos anos, assistimos à ascensão de jovens lideranças que têm mobilizado milhões de eleitores, especialmente por meio das redes sociais. Essa renovação geracional trouxe frescor ao debate público, mas também levanta questões sobre maturidade, preparo e os limites entre popularidade e competência.
O caso mais recente é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo deputado Eros Biondini (PL-MG), que propõe a redução da idade mínima para elegibilidade a diversos cargos políticos. A medida permitiria, por exemplo, que indivíduos de 30 anos disputem a Presidência da República, como seria o caso de Nikolas Ferreira (PL-MG), o deputado federal mais votado do Brasil em 2022, que completará essa idade em 2026.
Mas será que o Brasil está pronto para lideranças mais jovens em cargos de tamanha responsabilidade?
Os defensores da PEC argumentam que a redução da idade mínima é uma forma de adequar a política brasileira à realidade do eleitorado. Segundo dados do IBGE, 23% da população brasileira está na faixa etária entre 20 e 34 anos. Apesar disso, essa parcela significativa é pouco representada no Congresso Nacional e em outros espaços de poder.
Há um ponto importante aqui: a juventude, historicamente, tem desempenhado papéis cruciais em momentos de ruptura e inovação. O movimento estudantil, por exemplo, foi protagonista na luta contra a ditadura militar e na redemocratização do Brasil. Em um mundo cada vez mais conectado e acelerado, jovens líderes trazem novas ideias, novas perspectivas e a capacidade de dialogar com um público que, muitas vezes, se sente alheio ao discurso político tradicional.
Por outro lado, é preciso ter cuidado para não confundir popularidade com preparo. A ascensão de jovens políticos como Nikolas Ferreira, que conquistaram ampla visibilidade por meio das redes sociais, mostra o poder de mobilização de uma comunicação eficaz, mas também expõe a fragilidade de uma política baseada mais em carisma do que em experiência ou propostas concretas.
Se aprovada, a PEC poderá abrir caminho para Nikolas Ferreira concorrer à Presidência da República nas eleições de 2026. Aos 30 anos na ocasião, o deputado do PL já desponta como uma figura de grande apelo entre o eleitorado jovem e conservador.