A Fórmula 1 voltou às pistas nesta quarta-feira (26) para o aguardado primeiro dia de testes de pré-temporada no Bahrein. Mas quem roubou a cena não foi um carro revolucionário, um novo talento ou um erro catastrófico na pista. Não, o protagonista da tarde foi um bom e velho apagão elétrico, digno de uma sexta-feira chuvosa em qualquer cidade brasileira.
Isso mesmo: a primeira bandeira vermelha do ano foi acionada por um motivo inusitado – falta de luz em Sakhir. Boxes às escuras, paddock no breu e refletores apagados fizeram o circuito parecer menos um templo da velocidade e mais um cenário de filme pós-apocalíptico. E, como se fosse uma visita técnica da concessionária de energia, a FIA levou quase uma hora para resolver o problema e devolver a eletricidade ao lugar.
O momento da interrupção gerou confusão. Afinal, não houve nenhum carro parado na pista, nenhuma peça voando pelos ares e nenhum piloto reclamando no rádio – o que já seria um feito por si só. Mas logo veio a explicação: sem luz, não dava para enxergar nem o capacete do companheiro de box.
A FIA tentou tranquilizar a todos, afirmando que “a energia, os sistemas eletrônicos e as luzes ao redor do circuito estão lentamente voltando ao normal”. Lentamente, de fato. Com a paciência de quem espera um boleto ser compensado, as equipes aguardaram quase uma hora para o retorno das atividades.
Enquanto isso, Charles Leclerc liderava a tabela de tempos com 1min30s878, seguido por George Russell (1min31s082) e Lando Norris (1min31s251). O brasileiro Gabriel Bortoleto, em sua temporada de estreia, ainda não tinha conseguido marcar uma volta rápida e assistia a tudo da melhor forma possível: sem fazer absolutamente nada.
Quando a energia finalmente voltou – depois de uma pausa que fez até os mecânicos checarem os celulares como se estivessem esperando um Uber –, a sessão foi retomada às 19h10 no horário local (12h10 de Brasília). Para não prejudicar os trabalhos, a direção de prova prolongou o tempo de pista em uma hora.
No fim, fica a lição: enquanto as equipes quebram a cabeça para melhorar a aerodinâmica, acertar os pneus e otimizar a eficiência dos motores, talvez seja hora de incluir “geradores extras” na lista de itens essenciais para a temporada. Nunca se sabe quando o grande rival da F1 será um simples problema na conta de energia.