Lewis Hamilton pode até ter trocado a Mercedes pela Ferrari, mas uma coisa continua igual: seu espírito de competidor incansável. Em entrevista à revista Time, onde é destaque na capa da edição de março, o heptacampeão mundial aproveitou para rebater um dos temas mais polêmicos de sua saída da equipe alemã: o "prazo de validade" citado por Toto Wolff, chefe da Mercedes.

No recém-lançado livro “Inside Mercedes F1: Life in the Fast Lane”, Wolff falou sobre a decisão de não apostar em um contrato mais longo para Hamilton, citando que "cada um tem um prazo de validade" no esporte, especialmente em um ambiente de alta exigência cognitiva como a Fórmula 1.

Mas Hamilton não gostou muito da comparação e deixou claro que se considera fora dessa lógica.

"Não me compare com ninguém. Sou o primeiro e único piloto negro neste esporte. Sou diferente. Passei por muitas coisas e tive minha própria jornada", disse o britânico.

Aos 40 anos, Hamilton reforçou que segue com a mesma fome de vitórias e que sua prioridade absoluta é conquistar títulos com a Ferrari.

"Você não pode me comparar com outra pessoa de 40 anos, agora ou antes, na história da Fórmula 1. Porque ninguém é como eu. Sou faminto, guiado, não tenho esposa ou filhos. Estou focado em apenas uma coisa, que é vencer. É minha prioridade", completou.

A fala de Wolff não foi agressiva – pelo contrário, o austríaco tentou justificar a decisão da equipe de planejar uma renovação com George Russell e uma aposta na nova geração. Ainda assim, Hamilton parece ter se incomodado com a ideia de ter sido tratado como um piloto que já passou do auge.

A troca de equipe foi surpreendente, mas o recado de Lewis foi claro: ele ainda se vê no topo da F1 e quer escrever um novo capítulo na Ferrari, independentemente da idade.

Se a decisão de Wolff foi um erro ou um acerto, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: Hamilton está mais motivado do que nunca para provar que sua carreira ainda está longe do fim.