O prefeito de Parnaíba, Francisco Emanuel (PP), usou suas redes sociais nesta quarta-feira (26) para rebater as declarações da deputada estadual Gracinha Mão Santa, que o chamou de "Judas" e "traidor" ao anunciar o rompimento político entre os dois. O gestor afirmou que, na realidade, ele é quem se sente traído, pois, segundo ele, havia um acordo para uma parceria sem hierarquia, o que não foi respeitado. Além disso, Francisco Emanuel revelou que enfrentava boicotes e interferências do grupo político que o apoiou e denunciou irregularidades em contratos da prefeitura, que teriam tido aumentos sem sua autorização.
Francisco Emanuel explicou que não tinha a intenção de romper com a família Mão Santa, mas apenas estabelecer limites na relação política. Segundo ele, o objetivo era manter a colaboração sem que houvesse subordinação de sua parte. No entanto, sua tentativa de impor autonomia foi vista como um rompimento pela deputada.
Ele afirmou que ficou surpreso com as declarações de Gracinha Mão Santa e com os termos utilizados por ela. “Em relação ao rompimento com a família Mão Santa, fiz uma postagem no Instagram informando que não havia rompimento, apenas a imposição de limites. Não aceitava subordinação nem opressão. Mas, logo em seguida, a deputada deu uma entrevista, anunciou o rompimento, usou palavras de baixo calão e me chamou de Judas e traidor. Na verdade, quem se sente traído sou eu, porque, durante toda a campanha, combinamos de andar lado a lado, sem hierarquia, lutando juntos por Parnaíba”, declarou.
O prefeito revelou que já havia sido alertado por diversas pessoas sobre a possibilidade de ser manobrado pelo grupo político. Segundo ele, opositores o avisavam sobre a intenção de Gracinha Mão Santa de controlá-lo. “Muitas pessoas, da oposição, me criticavam dizendo: ‘ela vai querer te usar, vai querer mandar em você’. Eu olhava no olho dessas pessoas e dizia: ‘não, eu prometo para você que estou aqui para construir minha história, meu legado, e lutar por nós’”, afirmou.
Além das desavenças políticas, Francisco Emanuel também relatou que descobriu aumentos irregulares em contratos da prefeitura sem sua autorização. De acordo com o prefeito, contratos que no ano passado tinham um determinado valor triplicaram em 2024, e ele tomou providências assim que percebeu o problema.
“Várias coisas estavam acontecendo sem o meu consentimento. Contratos que custavam X passaram a custar dois ou três X. Eu não posso ser irresponsável nem com o dinheiro público e nem com o meu CPF. Assim que tomei conhecimento, informei ao meu setor jurídico e medidas já foram tomadas”, explicou.
O prefeito também revelou que fornecedores o procuraram para alertá-lo sobre ligações que estavam recebendo. Segundo ele, algumas dessas pessoas teriam sido orientadas a não repassar informações diretamente para ele. “Vários fornecedores entraram em contato comigo para informar que receberam ligações dizendo que não precisariam me repassar nada. Isso me fez acender um alerta”, disse.
Diante da crise política, surgiram rumores de que Francisco Emanuel poderia deixar o Progressistas (PP) para se aproximar do governador Rafael Fonteles (PT). No entanto, o prefeito negou qualquer intenção de mudar de legenda e garantiu que mantém diálogo aberto com o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do partido.
“Em nenhum momento eu fui me encontrar com o governador com esse objetivo ou até mesmo cogitei mudar de partido. Estou em constante comunicação com o senador Ciro Nogueira, com todos os membros do meu partido Progressistas e não tenho nenhuma pretensão de mudar de partido, isso é mentira”, afirmou.