Há 2 anos e 3 meses, Riassa Dourado vive um drama silencioso: está proibida de ver ou manter qualquer tipo de contato com suas duas filhas pequenas. Desde que a guarda das crianças foi concedida ao pai, ela enfrenta um processo judicial marcado por entraves e lentidão, numa jornada que parece ignorar os direitos fundamentais da maternidade. Em meio à dor, ela encontrou apoio em uma rede de mulheres que, como ela, compartilham experiências de perda e sofrimento — e que hoje se unem em uma campanha pela sua causa.

A história de Riassa voltou a ganhar atenção pública graças ao depoimento comovente de Ranielle Leal, que conheceu Riassa em um grupo de terapia voltado para mulheres em sofrimento. Ranielle perdeu sua filha, Valentina, e procurou acolhimento emocional em encontros terapêuticos. Foi nesse espaço que cruzou o caminho de Riassa e tornou-se testemunha de sua dor.

“Ela estava tão fragilizada e apática quanto eu. Se sentia impotente e triste, com uma dor profunda estampada no olhar”, relembra Ranielle. “Naquela sala, despida de qualquer armadura, ela falou a verdade de sua dor e seu desespero de não ter suas filhas.”

Segundo pessoas próximas ao caso, os trâmites do processo de Riassa não têm seguido o ritmo esperado. “Enquanto outros processos seguem seu curso normal, o dela é barrado e dificultado de todas as formas”, denuncia Ranielle. Não se trata apenas de um conflito familiar, mas de uma questão que revela falhas estruturais na forma como os direitos parentais são tratados.