A Polícia Civil do Estado do Piauí deflagrou nesta quarta-feira (9) a Operação Draco 203 no município de Palmeirais, com o objetivo de desmantelar uma célula criminosa ligada a uma série de crimes violentos na região de fronteira entre o Piauí e o Maranhão. A ação é coordenada pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) e integra o Pacto pela Ordem, programa estadual de enfrentamento ao crime organizado.
As investigações, que se estendem por vários meses, revelaram o envolvimento direto do grupo em ao menos 14 homicídios ocorridos nos últimos dois anos. Além disso, os integrantes são suspeitos de tráfico de drogas, agiotagem, ameaças e porte ilegal de armas.
Segundo a Polícia Civil, a organização criminosa é comandada por W.S.B., conhecido como “Leozinho”. Ele é apontado como o mandante de diversas execuções, muitas delas motivadas por vingança, especialmente após o assassinato de seu pai.
Entre os crimes atribuídos à facção, chama atenção um caso emblemático em que a vítima foi atingida com 40 tiros, e sua casa foi incendiada logo após a execução. “A brutalidade dessas ações demonstra o grau de periculosidade do grupo e sua capacidade de intimidação sobre as comunidades locais”, explicou o delegado Tales Gomes, coordenador do DRACO.
Durante a operação, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva. As ações aconteceram em imóveis situados tanto na zona urbana quanto na área rural de Palmeirais, além de localidades próximas à fronteira com o Maranhão.
Entre os alvos está F.B.A., conhecido traficante e agiota da região, com atuação marcada por violência e uso constante de armamento pesado. Outros investigados também têm histórico de envolvimento em homicídios, ameaças e tráfico de entorpecentes.
A Operação Draco 203 contou com uma complexa articulação entre diversas forças de segurança. Estiveram envolvidos a Diretoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, a Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP), além de unidades especializadas como o Batalhão de Operações Aéreas (BOPAER), BOPE, BEPI, ROCAM e RONE.