O assassinato do frentista Fernando da Paz Araújo, de 36 anos, ocorrido na noite da última segunda-feira (15), na zona norte de Teresina, pode estar ligado a disputas de facções criminosas. A informação foi confirmada pelo delegado Robert Lavor, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em entrevista concedida nesta terça-feira (16). Segundo o delegado, Fernando já havia relatado ameaças à família e sofreu uma tentativa de homicídio no ano passado.
“Ele relatou para os familiares que estava sofrendo algum tipo de ameaça, mas não quis dizer quem estava ameaçando nem o motivo. No ano passado, teria sofrido uma tentativa de homicídio”, afirmou o delegado, destacando que esses elementos serão cruciais para o avanço das investigações.
Fernando foi morto a tiros na avenida Poti Velho, próximo ao posto de combustíveis onde trabalhava como frentista. De acordo com a Polícia Civil, ele chegou a correr ao perceber a aproximação de dois homens em uma motocicleta, mas foi alcançado e executado com diversos disparos.
“Os disparos atingiram principalmente a região da cabeça e das costas. Pelas marcas identificadas pela perícia, os tiros de entrada foram na parte de trás, o que indica que ele estava correndo, tentando escapar dos seus algozes”, explicou Lavor.
O DHPP também está investigando vídeos que circulam nas redes sociais e que mostram supostos integrantes de facções criminosas comemorando a morte do frentista. As imagens foram compartilhadas em grupos de WhatsApp e publicadas em perfis do Instagram ligados ao tráfico.
“Desde ontem, nossos investigadores tiveram acesso a alguns vídeos em que indivíduos de facções comemoram o homicídio. Vamos analisar com cautela para entender se há, de fato, relação entre o crime e brigas de facções criminosas”, disse o delegado.
A investigação agora foca em montar o perfil completo da vítima, entender suas relações pessoais e movimentações fora do ambiente de trabalho. Segundo Lavor, Fernando não possuía antecedentes criminais e levava uma rotina aparentemente tranquila.
“Ainda sabemos pouco sobre ele”, disse o delegado. “Estamos fazendo esse levantamento com base nos relatos da família e vizinhos, tentando entender se havia algo fora do trabalho que pudesse justificar esse tipo de execução.”