O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito nesta quinta-feira (08) como o novo Papa da Igreja Católica, após quatro votações no conclave. Com o nome escolhido de Papa Leão XIV, ele sucede Francisco, falecido no último dia 21 de março, e assume o pontificado em um dos momentos mais delicados da história recente da instituição.
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e é membro da Ordem de Santo Agostinho. Atuou por quase 20 anos como missionário no Peru, onde ficou conhecido pela dedicação pastoral a comunidades pobres e indígenas. Fluente em espanhol, traz uma vivência sólida na América Latina. Antes da eleição, ocupava um dos cargos mais estratégicos do Vaticano: prefeito da Congregação para os Bispos, responsável por assessorar o Papa na escolha de bispos em todo o mundo — uma função que exige articulação política e conhecimento profundo das tensões internas da Igreja.
Embora pouco conhecido do grande público, Robert Prevost é considerado um nome de confiança da ala reformista da Igreja. Foi nomeado arcebispo pelo próprio Papa Francisco, de quem era próximo, e colaborou ativamente com sua agenda de descentralização da Cúria Romana. Analistas do Vaticano o descrevem como um líder discreto, firme e diplomático — com capacidade de diálogo, mas sem perfil carismático.
Progressista ou conservador?
Papa Leão XIV não se encaixa com facilidade nos rótulos tradicionais. Seu histórico mostra simpatia por pautas progressistas dentro da Igreja, como maior inclusão das periferias, defesa dos migrantes e aproximação com outras religiões. No entanto, ele também tem perfil organizador e centralizador em temas administrativos, com ênfase em controle e eficiência da gestão eclesiástica.
Em questões doutrinárias, adota uma linha equilibrada. É contrário à ordenação de mulheres e mantém a posição tradicional sobre o celibato sacerdotal, mas apoia o acolhimento pastoral de pessoas LGBTQIA+ e defende que a Igreja amplie seu papel social no combate à pobreza e à desigualdade. Também é a favor do aprofundamento do Sínodo dos Bispos — espaço de consulta e escuta — iniciado por Francisco.
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