Em meio à greve dos motoristas e cobradores iniciada nesta segunda-feira (12), o prefeito de Teresina, Silvio Mendes, foi categórico: “A prefeitura não tem dinheiro pra colocar no sistema. Não tem dinheiro pra aumentar o subsídio.”
A declaração foi dada durante entrevista na manhã desta segunda, reforçando a postura do gestor de que não haverá repasses extras para o sistema de transporte coletivo da capital, que enfrenta mais um colapso. Os trabalhadores do setor estão com salários congelados há três anos e reivindicam reajuste de 15%, além de melhorias em benefícios como vale-alimentação e plano de saúde.
Silvio Mendes justificou a decisão apontando a grave crise financeira enfrentada pela prefeitura, que, segundo ele, acumula cerca de R$ 3 bilhões em dívidas — quase metade do orçamento anual do município. “Estamos em dificuldade financeira. É uma situação de calamidade. Vocês têm conhecimento disso”, disse o prefeito.
Atualmente, a prefeitura injeta aproximadamente R$ 200 mil por dia no sistema de transporte público, o que representa mais de R$ 6 milhões por mês. Segundo Mendes, a gestão já tomou medidas emergenciais, como o cadastramento de ônibus alternativos e vans, autorizadas a operar com tarifa de R$ 4,00, pagas em dinheiro ou Pix. No entanto, durante a greve, não há meia-passagem nem gratuidade para idosos e pessoas com deficiência.
Mesmo com a judicialização da greve pelo Setut, que solicitou 100% da frota nos horários de pico, a Justiça do Trabalho determinou funcionamento mínimo de 40% nos horários normais e 80% nos de pico, sob pena de multa de R$ 50 mil por descumprimento.