Paulo Cupertino Matias foi condenado nesta sexta-feira (30) pela morte do ator Rafael Miguel e dos pais dele, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel. O julgamento, realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, contou com a participação de sete jurados — quatro homens e três mulheres — e durou o dia inteiro. A sentença com o tempo de prisão será anunciada nas próximas horas pelo juiz responsável pelo caso.
A decisão dos jurados veio após intensos debates entre acusação e defesa. O Ministério Público do Estado de São Paulo sustentou que Cupertino planejou e executou o triplo homicídio, ocorrido em junho de 2019, motivado pelo relacionamento de sua filha, Isabela Tibcherani, com o ator Rafael Miguel.
Os promotores Thiago Marin e Rogério Zagallo apresentaram provas técnicas e testemunhais para sustentar a acusação. Laudos indicam que Paulo Cupertino possuía uma arma compatível com o calibre usado no crime. Além disso, munições semelhantes às que mataram Rafael e seus pais foram encontradas no escritório do acusado.
“Ele não apenas matou três pessoas a sangue frio, como também planejou sua fuga com a ajuda de terceiros”, disse o promotor Thiago Marin durante a argumentação.
O Ministério Público também destacou o envolvimento de outras duas pessoas — Wanderley Antunes e Eduardo Machado —, com quem Cupertino trocou mensagens pelo WhatsApp enquanto articulava sua fuga. As conversas foram resgatadas por meio de perícia digital e integraram o conjunto probatório.
Um dos pontos mais marcantes do julgamento foi o depoimento de Joel Cupertino, irmão do réu. Ele afirmou que Paulo estava “no veneno” após os pais de Rafael incentivarem a filha Isabela a seguir carreira como atriz. A promotoria afirmou que esse ciúme e a tentativa de controle sobre a filha foram os principais motivadores do crime.
A advogada Mirian Nunes Souza, responsável pela defesa de Paulo Cupertino, tentou sustentar a tese de que o réu não poderia ser condenado com base em provas consideradas frágeis. Segundo ela, não houve exame de corpo de delito imediato, e nenhuma testemunha presenciou os disparos.