O prefeito de Campo Maior (PI), João Félix de Andrade Filho, conhecido como Joãozinho Félix (PP), será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri sob acusação de ter mandado matar Alípio Ribeiro dos Santos, assassinado em 22 de junho de 2009. A decisão, proferida pela juíza Daiane de Fátima Soares Fontan Brandão, da 1ª Vara da Comarca de Campo Maior, representa um marco importante num caso que há mais de uma década mobiliza a opinião pública piauiense.
A Justiça entendeu que há elementos suficientes nos autos para que Joãozinho Félix responda pelo crime perante o júri popular. O processo, que vinha se arrastando desde a denúncia, agora ganha novo fôlego com a definição do julgamento.
Segundo o Ministério Público do Piauí (MPPI), o assassinato teve motivação política. De acordo com a denúncia, Joãozinho Félix teria encomendado a morte de Alípio Ribeiro por R$ 150 mil como forma de atingir o jornalista Arnaldo Ribeiro, irmão da vítima, que à época fazia críticas públicas à gestão do prefeito e denunciava supostas irregularidades na administração municipal.
A execução de Alípio aconteceu em frente à sua residência, e, segundo o MP, foi planejada com o objetivo de causar abalo emocional e silenciar o comunicador. O caso é tratado como homicídio qualificado e com características de execução.
Além do prefeito, outras quatro pessoas também foram pronunciadas e vão a júri popular:
Francisco Teixeira Dantas
Francisco Teixeira Dantas Júnior
João Batista da Silva Reis
Rosa Maria Silva Freitas
O MP também solicitou o desaforamento do julgamento — isto é, a transferência do processo para outra comarca. A promotoria alega que a forte influência política e social de Joãozinho Félix em Campo Maior pode comprometer a imparcialidade dos jurados. O pedido ainda está sendo analisado pelo Judiciário.