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Polícia cumpre reintegração de posse e derruba casas na Ocupação Marielle Franco

Moradores alegam uso excessivo da força e falta de amparo a crianças e idosos durante reintegração de posse

Alexia Dias
Por: Alexia Dias
15/05/2025 às 13h31 Atualizada em 15/05/2025 às 15h07
Polícia cumpre reintegração de posse e derruba casas na Ocupação Marielle Franco
Polícia cumpre reintegração de posse e derruba casas na Ocupação / (Foto: Kassio Cavalcante/Teresina em Foco)

Na manhã desta quarta-feira (15), moradores da Ocupação Marielle Franco, no bairro Satélite, zona Leste de Teresina, denunciaram o uso excessivo da força durante uma operação de reintegração de posse realizada pela Polícia Militar. A ação foi motivada por pedido da empresa Coaf, que reivindica a propriedade da área.

Durante a operação, estruturas erguidas pelas famílias foram derrubadas, e dezenas de pessoas foram retiradas. Moradores relataram o uso de gás lacrimogêneo e afirmaram que mulheres, idosos e crianças também foram atingidos.

“Jogaram bomba na frente das crianças”, disse uma das moradoras. Ela também relatou que houve empurrões e que casas foram chutadas por policiais durante a remoção.

A ordem judicial foi executada por equipes da PM do Piauí. De acordo com o coordenador de mediação de conflitos da PM, tenente-coronel Jamson Lima, esta foi a segunda ordem de reintegração destinada à ocupação. Ele afirmou que a corporação reconhece o aspecto social da situação, mas que a função da polícia é cumprir a determinação judicial. “Aqui não há criminosos”, disse. Segundo ele, todos os esforços foram feitos para agir de forma pacífica.

O vereador João Pereira (PT) esteve no local durante a ação. Segundo ele, o documento apresentado pelas autoridades citava uma área na região do Socopo, e não no Satélite. “As informações não coincidem”, afirmou o parlamentar. Ele disse que respeita a decisão judicial e o trabalho da polícia, mas que as famílias não reconhecem o documento como válido para aquela área.

A ocupação foi iniciada em 2024 por famílias em situação de vulnerabilidade social. Representantes do movimento afirmam que não havia membros do Conselho Tutelar no momento da ação, apesar da presença de crianças.

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